175# O Experimento da Prisão de Stanford de 1971
tradução, transcrição e edição por Mafalda da Costa Melo
os meus comentários estão sublinhados a cinzento▪
O Experimento da Prisão de Stanford, conduzido em 1971, é um dos estudos psicológicos mais famosos e controversos sobre o impacto do ambiente na psicologia humana, particularmente em relação ao poder, autoridade e a natureza humana. Conduzido pelo psicólogo Philip Zimbardo na Universidade de Stanford, o experimento pretendia investigar a hipótese de que os papéis sociais e o ambiente determinam o comportamento das pessoas mais do que sua personalidade individual.
Para o estudo, Zimbardo e sua equipe transformaram o porão do departamento de psicologia da Universidade de Stanford em uma prisão simulada. Eles recrutaram 24 estudantes universitários masculinos (que foram considerados psicologicamente estáveis e saudáveis após testes rigorosos) e os dividiram aleatoriamente em dois grupos: guardas e prisioneiros. Os participantes foram informados de que o experimento duraria duas semanas.
Os "prisioneiros" foram presos em suas casas, vendados, e levados para a "prisão", onde foram submetidos a uma série de procedimentos degradantes e desumanizantes. Eles foram obrigados a usar roupas que simulavam uniformes de prisioneiros, tinham números em vez de nomes, e foram alojados em celas apertadas. Os "guardas" foram fornecidos com uniformes, cassetetes (que eram para serem usados apenas como símbolos de poder) e óculos escuros para evitar qualquer contato visual.
O que se seguiu foi uma escalada rápida e chocante de abusos por parte dos guardas e sofrimento psicológico dos prisioneiros. Os guardas começaram a exercer seu poder de maneiras cada vez mais autoritárias e abusivas, impondo punições severas, como exercícios físicos extenuantes, privação de sono, e humilhação. Alguns prisioneiros tiveram colapsos emocionais, e o experimento teve que ser interrompido após apenas seis dias.
As conclusões de Zimbardo foram que as pessoas podem adoptar comportamentos extremamente diferentes quando colocadas em certos contextos sociais e de poder, e que os papéis sociais podem ter uma influência profunda sobre o comportamento individual, às vezes levando indivíduos normalmente estáveis a agir de maneiras anormais.
No entanto, o Experimento da Prisão de Stanford tem sido amplamente criticado por questões éticas (como a falta de consentimento informado verdadeiro e a exposição dos participantes a danos psicológicos) e metodológicas (como a possível influência de Zimbardo no comportamento dos guardas, já que ele atuou como o "superintendente" da prisão). Apesar de sua controvérsia, o estudo teve um impacto duradouro no campo da psicologia social e continua a ser um ponto de referência para discussões sobre ética na pesquisa, natureza humana e o poder dos contextos sociais.
ver filme completo
legendado em espanhol
Das Experiment (2001)
ver filme completo:
The experiment (2010)
O Experimento" (2010) é um thriller dramático que explora a psicologia humana sob condições extremas, inspirado no famoso Experimento da Prisão de Stanford de 1971. No filme, 26 homens são selecionados para participar de um estudo psicológico simulando a vida em uma prisão. Eles são divididos em dois grupos: guardas e prisioneiros. Adrien Brody interpreta Travis, um dos participantes que assume o papel de prisioneiro, enquanto Forest Whitaker interpreta Barris, um dos guardas.
À medida que o experimento progride, o que deveria ser uma simulação controlada rapidamente se transforma em uma situação violenta e perigosa. Os "guardas" começam a abusar de seu poder de maneiras cada vez mais brutais, enquanto os "prisioneiros" se tornam cada vez mais submissos ou resistentes, dependendo de suas personalidades individuais.
O filme é uma análise intensa da natureza humana, questionando até que ponto as pessoas podem ser pressionadas antes de cederem às circunstâncias, abandonando seus princípios morais. Ele destaca como o ambiente e os papéis sociais designados podem influenciar drasticamente o comportamento humano, levando a atos de crueldade inimagináveis por parte de indivíduos que, sob circunstâncias normais, poderiam nunca exibir tais tendências.
"O Experimento" termina em caos, deixando o espectador refletindo sobre os perigos dos experimentos psicológicos que ultrapassam seus limites éticos e sobre a facilidade com que a ordem social pode ser perturbada quando o poder é mal utilizado.
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